SALVOS DA PERFEIÇÃO
Elienai Junior.
Considero Elienai Junior um pensador arguto, um poeta sensível e um pastor cuidadoso. Tenho a honra de chamá-lo de amigo. Ele é pastor sênior da Igreja Betesda no Ceará e tem um blog muito bom (http://elienaijr.wordpress.com)Este belíssimo texto merece ser conhecido por todos.
DEUS DE TÃO PERFEITO conheceu a plenitude do tédio. De tão cercado pelo idêntico a si mesmo, incapaz de dizer por que hoje não é apenas um reflexo de ontem, sem jamais ter sonhado com um outro dia, enfadado com a previsibilidade de um mundo impecável, inventou o amor. Ou seria, preferiu amar?
A invenção do amor, ou dos amigos, é o encontro com o imperfeito e aqui está a sua grandeza. Nada se compara ao êxtase da imaginação, à adrenalina do inusitado, ao ciúme diante do livre amante, à ardência do anseio pelo melhor, ao sabor fugidio do fugaz, à satisfação de um mundo transformado, ao descanso gostosamente dolorido diante do que não mais é caos. Sensações próprias da vida imperfeita, do que está para sempre para ser, dos que sempre podem desejar uma outra coisa. Dos humanos.
Logo depois de inventar o imperfeito, Deus conheceu a lágrima da frustração. A dor mais feliz que espíritos livres sentem. Viu as costas dos que mais amou. Duvidou sem desistir, o Criador chorou mais uma vez. Desta lágrima descobriu o perdão. Lágrima esquentada com afeto e graça.
Mal compreendido pelos amigos, inimigos tolos, pecado, recobriram-no de ídolo. De tão cansados do incerto, angustiados por tanta liberdade, os amigos inventaram ídolos, pretensos profetas e arrogantes senhores do futuro, sacerdotes e magos de um deus acuado, cristos milagreiros da mesmice ressurreta. Inventaram a religião, vestiram-se de absoluto.
Deus, que do absoluto fugiu em desespero, que inventara o imperfeito, imperfeito se fez. Inventou-se entre os incertos. Aperfeiçoou a imperfeição. Humanizou-se entre humanos. De tão impreciso, despido das forças do absoluto, igualmente inapreensível, excepcionalmente frágil, tão vivo e tão morto, descortinou o absoluto como quem desnuda o que é mau. Imperfeito, salvou-nos da perfeição.
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Maria Rita
Todo Carnaval Tem Seu Fim
(Marcelo Camelo)
Todo dia um ninguém josé acorda já deitado
Todo dia, ainda de pé, o zé dorme acordado
Todo dia o dia não quer raiar o sol do dia
Toda trilha é andada com fé de quem crê no ditado
De que o dia insiste em nascer
Mas o dia insiste em nascer pra ver deitar o novo
Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada
Toda bossa é nova e você não liga se é usada
Todo o carnaval tem seu fim
Todo o carnaval tem seu fim
É o fim
É o fim
Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz !
Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz
Toda banda tem um tarol, quem sabe eu não toco?
Todo samba tem um refrão pra levantar o bloco
Toda escolha é feita por quem acorda já deitado
Toda folha elege um alguém que mora logo ao lado
E pinta o estandarte de azul
E põe suas estrelas no azul
Pra que mudar?
Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz !
Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz !
Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz !
Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz !
Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar.
Todo Carnaval Tem Seu Fim
(Marcelo Camelo)
Todo dia um ninguém josé acorda já deitado
Todo dia, ainda de pé, o zé dorme acordado
Todo dia o dia não quer raiar o sol do dia
Toda trilha é andada com fé de quem crê no ditado
De que o dia insiste em nascer
Mas o dia insiste em nascer pra ver deitar o novo
Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada
Toda bossa é nova e você não liga se é usada
Todo o carnaval tem seu fim
Todo o carnaval tem seu fim
É o fim
É o fim
Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz !
Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz
Toda banda tem um tarol, quem sabe eu não toco?
Todo samba tem um refrão pra levantar o bloco
Toda escolha é feita por quem acorda já deitado
Toda folha elege um alguém que mora logo ao lado
E pinta o estandarte de azul
E põe suas estrelas no azul
Pra que mudar?
Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz !
Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz !
Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz !
Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz !
Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar.
PENSAR em Deus é desobedecer a Deus,
Porque Deus quis que o não conhecêssemos,
Por isso se nos não mostrou...
Sejamos simples e calmos,
Como os regatos e as árvores,
E Deus amar-nos-á fazendo de nós
Belos como as árvores e os regatos,
E dar-nos-á verdor na sua primavera
E um rio aonde ir ter quando acabemos!...
Alberto Caieiro.
Porque Deus quis que o não conhecêssemos,
Por isso se nos não mostrou...
Sejamos simples e calmos,
Como os regatos e as árvores,
E Deus amar-nos-á fazendo de nós
Belos como as árvores e os regatos,
E dar-nos-á verdor na sua primavera
E um rio aonde ir ter quando acabemos!...
Alberto Caieiro.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Ponho os meus olhos em você, se você está
Dona dos meus olhos é você, avião no ar
dia pra esses olhos sem te ver, é como o chão do mar
Liga o radio a pilha, a TV, só pra você escutar
A nova música que eu fiz agora
Lá fora a rua vazia chora
Os meus olhos vidram ao te ver, são dois fãs, um par
Pus nos olhos vidros pra poder, melhor te enxergar
Luz dos olhos para anoitecer, é só você se afastar
Pinta os lábios para escrever, a tua boca é minha
Que a nossa musica eu fiz agora, lá fora a lua irradia a glória
E eu te chamo, eu te peço vem
Diga que você me quer, porque eu te quero também
Passo as tardes pensando
Faço as pazes tentando te telefonar
Cartazes te procurando
Aeronaves seguem posando sem você desembarcar
Pra eu te dar a mão nessa hora
Levar as malas pro fusca lá fora
E eu vou guiando, eu te espero vem
Siga onde vão meus pés, que eu te sigo também
Por que eu te amo e eu berro vem
Grita que você me quer porque eu te quero também
Nando Reis
Dona dos meus olhos é você, avião no ar
dia pra esses olhos sem te ver, é como o chão do mar
Liga o radio a pilha, a TV, só pra você escutar
A nova música que eu fiz agora
Lá fora a rua vazia chora
Os meus olhos vidram ao te ver, são dois fãs, um par
Pus nos olhos vidros pra poder, melhor te enxergar
Luz dos olhos para anoitecer, é só você se afastar
Pinta os lábios para escrever, a tua boca é minha
Que a nossa musica eu fiz agora, lá fora a lua irradia a glória
E eu te chamo, eu te peço vem
Diga que você me quer, porque eu te quero também
Passo as tardes pensando
Faço as pazes tentando te telefonar
Cartazes te procurando
Aeronaves seguem posando sem você desembarcar
Pra eu te dar a mão nessa hora
Levar as malas pro fusca lá fora
E eu vou guiando, eu te espero vem
Siga onde vão meus pés, que eu te sigo também
Por que eu te amo e eu berro vem
Grita que você me quer porque eu te quero também
Nando Reis
sábado, 14 de junho de 2008
Nós vamos morrer, e isso nos torna afortunados.
A maioria das pessoas nunca vão morrer, porque nunca vão nascer.
As pessoas potenciais que poderiam estar no meu lugar, mas que jamais verão a luz do dia,
são mais numerosas que os grãos de areia da Arábia.
Certamente esses fantasmas não nascidos incluem poetas maiores que Keats,
cientistas maiores que Newton.
Sabemos disso porque o conjunto das pessoas possíveis permitidas pelo nosso
Sabemos disso porque o conjunto das pessoas possíveis permitidas pelo nosso
DNA excede em muito o conjunto de pessoas reais.
Apesar dessas probabilidades assombrosas, somos eu e você, com toda a nossa banalidade,
que aqui estamos...
Nós uns poucos privilegiados que ganharam na loteria do nascimento,
Nós uns poucos privilegiados que ganharam na loteria do nascimento,
contrariando todas as probabilidades, como nos atrevemos a choramingar
por causa do retorno inevitável àquele estado anterior, do qual a enorme maioria jamais nem saiu?
(R. Dawkins)
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Há uma coisa estranha dentro de mim, uma saudade, uma carência talvez...
Não sei bem como descriminar, como explicar este turbilhão de pensamentos e ecos que na minha cabeça.
Algo que jamais enfrentei, algo que jamais senti e eu não consigo entender!!!
Estou a mil por hora, ansiosa pela vida, como se hoje fosse meu último dia, mas eu não quero que seja. Desejo a vida, desejo sentir cada gota de sangue que corre em minha veia, sentir o pulsar acelerado do meu coração, sentir meu cérebro palpitanto de tanto pensar!
Não quero apenas passar pela vida, eu quero viver!!!
E existi dentro de mim essa agonia. Meu Deus, o q há comigo?
Jackie
Não sei bem como descriminar, como explicar este turbilhão de pensamentos e ecos que na minha cabeça.
Algo que jamais enfrentei, algo que jamais senti e eu não consigo entender!!!
Estou a mil por hora, ansiosa pela vida, como se hoje fosse meu último dia, mas eu não quero que seja. Desejo a vida, desejo sentir cada gota de sangue que corre em minha veia, sentir o pulsar acelerado do meu coração, sentir meu cérebro palpitanto de tanto pensar!
Não quero apenas passar pela vida, eu quero viver!!!
E existi dentro de mim essa agonia. Meu Deus, o q há comigo?
Jackie
quarta-feira, 11 de junho de 2008
terça-feira, 10 de junho de 2008
Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.
Clarice Lispector
Clarice Lispector
terça-feira, 3 de junho de 2008
De repente um eco áspero e poderoso se propaga no infinito de nossos pensamentos, tensão, angustia paranóica, uma guitarra toma conta no ambiente e nos leva por caminhos cósmicos dentro de nós pelas altas torres dos sonhos mórbidos de fuga...
Desceremos á cachoeira ou tropeçaremos em medos violentos que vem como camisa de força vendando os olhos... Afundaremos em nós mesmos a procura absoluta de uma verdade que desesdoramente não temos... as qual?
Por que nos perdemos no meio do caminho? Por que nos perdemos facilmente de vista? Dizer não a si mesmo é um nada que se alastra em nós e só o que resta então é uma lembrança do que um dia fomos ou pretendíamos ser inviolavelmente agora só nos resta sobreviver...
A música para... Alguns segundos para pensar... A angustia caótica volta... Temos toda a eternidade para lamentar?
I might be wrong
Desceremos á cachoeira ou tropeçaremos em medos violentos que vem como camisa de força vendando os olhos... Afundaremos em nós mesmos a procura absoluta de uma verdade que desesdoramente não temos... as qual?
Por que nos perdemos no meio do caminho? Por que nos perdemos facilmente de vista? Dizer não a si mesmo é um nada que se alastra em nós e só o que resta então é uma lembrança do que um dia fomos ou pretendíamos ser inviolavelmente agora só nos resta sobreviver...
A música para... Alguns segundos para pensar... A angustia caótica volta... Temos toda a eternidade para lamentar?
I might be wrong
É como o amor de dois jovens...
Com se ele fosse o dia e ela a noite, como se ele fosse o sol e ela a lua.
Mas é tão momentâneo antes que um tome por completo o espaço do outro.
O momento ideal é a mescla, a mistura, aquele pedaço que nem se pode dizer que é dia ou se dizer que é noite.
É tão lindo ver o dia invadindo a noite e é tão deslumbrante ver a noite invadindo o dia.
Como um rapaz que consome a donzela com seu amor forte e brilhante ou com a moça com seu amor belo e delicado.
Azul com amarelo são combinações perfeitas!
Lindo, deslumbrante!!!
Jackie
Com se ele fosse o dia e ela a noite, como se ele fosse o sol e ela a lua.
Mas é tão momentâneo antes que um tome por completo o espaço do outro.
O momento ideal é a mescla, a mistura, aquele pedaço que nem se pode dizer que é dia ou se dizer que é noite.
É tão lindo ver o dia invadindo a noite e é tão deslumbrante ver a noite invadindo o dia.
Como um rapaz que consome a donzela com seu amor forte e brilhante ou com a moça com seu amor belo e delicado.
Azul com amarelo são combinações perfeitas!
Lindo, deslumbrante!!!
Jackie
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