sábado, 14 de junho de 2008


Nós vamos morrer, e isso nos torna afortunados.
A maioria das pessoas nunca vão morrer, porque nunca vão nascer.
As pessoas potenciais que poderiam estar no meu lugar, mas que jamais verão a luz do dia,
são mais numerosas que os grãos de areia da Arábia.
Certamente esses fantasmas não nascidos incluem poetas maiores que Keats,
cientistas maiores que Newton.

Sabemos disso porque o conjunto das pessoas possíveis permitidas pelo nosso
DNA excede em muito o conjunto de pessoas reais.
Apesar dessas probabilidades assombrosas, somos eu e você, com toda a nossa banalidade,
que aqui estamos...

Nós uns poucos privilegiados que ganharam na loteria do nascimento,
contrariando todas as probabilidades, como nos atrevemos a choramingar
por causa do retorno inevitável àquele estado anterior, do qual a enorme maioria jamais nem saiu?
(R. Dawkins)

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